INFERTILIDADE

CAUSAS DA INFERTILIDADE FEMININA

A faixa etária entre 35 e 40 anos deve ser considerada decisiva para fertilidade feminina. Isso porque, as mulheres nascem com uma reserva ovariana predeterminada que, ao longo da vida, vai sendo reduzida em quantidade e qualidade. Hoje, porém, cada vez mais mulheres optam por serem mães em uma idade mais madura e, exatamente por isso, têm mais dificuldade para engravidar. Além da idade, outros fatores merecem destaque entre as principais causas da infertilidade feminina, como, por exemplo, endometriose, síndrome dos ovários policísticos, falência precoce da função dos ovários, infecções e alterações hormonais. Hábitos nocivos como consumo de álcool, cigarros, obesidade e sedentarismo também podem ter uma influência direta.

CAUSAS DE INFERTILIDADE MASCULINA

Há muito tempo que as mulheres já não carregam mais sozinhas o estigma de que a infertilidade é uma doença feminina. Em 50% dos casos, os homens são os responsáveis pela dificuldade do casal em gerar um filho. Ainda que algumas questões culturais costumem reduzir as chances de um diagnóstico precoce da infertilidade masculina, a boa notícia é que tem crescido o número de homens que superam o preconceito e procuram ajuda, percebendo o papel fundamental que possuem no tratamento do problema. Além de doenças como a varicocele, outros fatores também podem ser causas da infertilidade masculina, como processos infecciosos, alterações genéticas e hormonais. Estudos mostram, ainda, que o uso de anabolizantes pode comprometer de maneira significativa a produção de espermatozóides e levar até à azoospermia (ausência da produção de espermatozóides). O consumo de álcool e drogas também pode afetar a qualidade dos espermatozóides.

INFERTILIDADE SEM CAUSA APARENTE – ISCA

Mesmo após a realização de todos os exames para analisar as possíveis causas da infertilidade, cerca de 2% a 5% dos casais não conseguem descobrir alterações que justifiquem a ausência de uma gravidez. Normalmente, esse diagnóstico é acompanhado de muita frustação. Porém, é importante lembrar que a falta de respostas não significa a falta de um tratamento! Para casais considerados jovens, a revisão de hábitos como alimentação, tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas já pode ajudar na melhora da fertilidade. Para outros, o acompanhamento com o profissional de confiança é fundamental para indicação do tratamento que seja mais adequado em cada caso. Entre as opções existem a relação sexual programada, a inseminação artificial, a fertilização in vitro, a laparoscopia e videohisteroscopia. Vale lembrar também que muitos diagnósticos de infertilidade sem causa aparente são resultados de exames mal interpretados. Por isso, é importante a busca por um profissional competente e de confiança. Apenas ele, com o olhar de especialista, pode chegar ao diagnóstico preciso e correto.

DOENÇAS QUE CAUSAM INFERTILIDADE

É preciso ter em mente que a fertilidade do ser humano é relativamente baixa. As chances de engravidar giram em torno de 20% ao mês para todo e qualquer casal. Dessa forma, é normal uma espera de cerca de um ano até se conseguir uma gestação de forma natural. Para acontecer a gravidez, todas as etapas do processo reprodutivo precisam estar funcionando da melhor forma, desde a ovulação, a produção de espermatozóides saudáveis e em boa quantidade, até o caminho percorrido pelo óvulo, a fertilização deste pelo espermatozóide e, então, a implantação do embrião formado no útero. Por isso, se você está enfrentando dificuldades para engravidar, saiba que esse é um problema que atinge muitos casais. Conheça um pouco mais sobre as principais causas de infertilidade em homens e mulheres e busque ajuda.

QUAIS SÃO AS DOENÇAS QUE CAUSAM INFERTILIDADE ?

O aborto de repetição é definido pela ocorrência de três ou mais abortos consecutivos em gestações com menos de 20 semanas de evolução. Alguns fatores podem ser investigados como possíveis causas desta complicação, entre eles, os anatômicos (anomalias uterinas congênitas ou adquiridas), genéticos (alterações nos cromossomos), trombofílicos (alterações que aumentam o risco de trombose, levando à obstrução dos vasos que nutrem o embrião), endócrinos (insuficiência lútea, hipotireoidismo, resistência insulínica) e imunológicos. Este tipo de complicação ocorre em cerca de 3% dos casais em idade fértil, não estando associado a uma faixa etária específica. Já a incidência de abortamento ocasional aumenta diretamente com a idade da mulher: 10% aos 30 anos, e de 30 a 40% após os 40 anos.

A adenomiose é uma patologia caracterizada pelo espessamento do endométrio, tecido que recobre o útero internamente e que descama durante a menstruação. Pode levar à formação de nódulos pequenos ou maiores, que se assemelham aos miomas, mas diferem por não possuírem delimitações marcadas – o que torna a abordagem cirúrgica menos acessível.

De acordo com o seu tamanho e localização, pode comprometer a fecundação e a implantação embrionária no útero, afetando a fertilidade feminina. Também pode provocar complicações durante a gravidez, com a ocorrência de aborto ou gravidez ectópica (quando o embrião se forma fora do útero).

A avaliação sanguínea dos hormônios TSH e T4 livre informam sobre o adequado funcionamento da glândula da tireoide.

Durante toda a gravidez, os hormônios da tireoide são transferidos para o feto por meio da placenta, além de serem também os responsáveis pela manutenção da gestação. Distúrbios na produção desses hormônios (hipotireoidismo e hipertireoidismo) podem causar problemas como o aumento no risco de aborto espontâneo em gestantes com hipotireoidismo.

É a ausência total de espermatozoides no sêmen ejaculado. As possíveis causas da azoospermia incluem a falência dos testículos em produzir espermatozoides ou a obstrução/ausência de algum dos ductos que levam os espermatozoides para o meio externo. Quando a causa é obstrutiva, é possível coletar espermatozóides através da punção do epidídimo ou da biópsia testicular.

Afeta entre 15% a 20% das mulheres em idade fértil. A endometriose ocorre quando o endométrio, que é a camada interna do útero eliminada durante a menstruação, atinge outros órgãos do corpo, como ovários, bexiga e trompas. Os principais sintomas são fortes cólicas durante e após os períodos menstruais, incômodo durante as relações sexuais e dores abdominais. Também causa aderência e inflamações na região pélvica, interferindo negativamente nos processos que envolvem a fertilização de forma espontânea.

A clamídia é uma doença sexualmente transmissível (DST) que pode afetar tanto homens quanto mulheres. Nelas, pode haver corrimento leve, sangramento discreto (fora do período da menstruação), dor para urinar e durante as relações sexuais. Uma das complicações é a inflamação pélvica que pode levar à obstrução tubária e, consequentemente, à esterilidade e à gravidez nas trompas. Sua única forma de prevenção é com o uso de preservativos durante a relação sexual.

Os processos infecciosos são causas frequentes da infertilidade masculina. Dependendo da localização, a produção, o transporte e a qualidade do sêmen e dos espermatozoides podem ser comprometidos.

As principais infecções que afetam o sistema reprodutor masculino são a uretrite (inflamação do canal da uretra), a orquite (inflamação de um ou dos dois testículos), a epididimite (inflamação do epidídimo, ducto por onde os espermatozoides passam pelo processo de maturação) e a prostatite (inflamação da próstata, glândula sexual que produz o líquido espermático, fundamental para fertilidade masculina).

As mulheres nascem com uma reserva ovariana predeterminada que, a cada ciclo menstrual, vai sendo reduzida em quantidade e qualidade. Essa reserva pode diminuir ou até se esgotar precocemente, antes dos 40 anos de idade, afetando de forma parcial ou definitiva a fertilidade feminina. É a chamada falência ovariana precoce ou menopausa precoce.

Em geral, mulheres com esta alteração começam a sinalizar o quadro com ciclos menstruais mais curtos, que vão se tornando escassos até interromperem totalmente a menstruação. O problema pode estar relacionado a alterações cromossômicas, doenças autoimunes ou até mesmo ao consumo excessivo de nicotina e álcool. Casos similares na família também pedem atenção.

No entanto, a maioria das mulheres com esta alteração só irá descobrir que seus ovários estão falhando quando passar pelo processo de estímulo de ovulação e obtiver uma resposta abaixo da expectativa ou inexistente. Por isso, para o diagnóstico precoce é indicada a realização de dosagens hormonais específicas e ultrassonografia transvaginal para contagem dos folículos antrais.

Os miomas surgem a partir do crescimento desordenado das células, formando nódulos ou massas que podem afetar a função do útero, interferindo na sua capacidade de contração. Contudo, sua presença não está obrigatoriamente relacionada à infertilidade, apenas nos casos em que crescem para dentro do útero, ou quando estão posicionados em locais que comprimem as trompas, dificultando o encontro do espermatozoide com o óvulo.

Quando comprometem a fertilidade, são tratados cirurgicamente com opções de tratamento minimamente invasivas, como a videohisteroscopia, ou por meio de cirurgia convencional. A indicação cirúrgica e o melhor método a ser utilizado irão depender do tamanho e da localização do mioma.

Os pólipos são espessamentos pontuais do endométrio, que podem provocar sangramento vaginal irregular. Dependendo do seu tamanho e localização, podem comprometer a chance de gravidez, já que por serem um “corpo estranho”, o útero aumenta as contrações na tentativa de expulsá-los, o que pode influenciar negativamente a fixação do embrião.

A presença de pólipos no orifício interno das trompas pode dificultar a fecundação, assim como os pólipos na cavidade uterina podem comprometer a implantação do embrião. No entanto, a sua retirada dependerá do tamanho e localização, podendo ser realizada por videohisteroscopia (cirurgia por via vaginal, que costuma ter breve recuperação).

Caso a mulher tenha descoberto recentemente o problema, deve seguir as orientações médicas, pois pode ser necessária uma remoção cirúrgica antes da concepção. Ainda assim, algumas mulheres conseguem engravidar mesmo com a presença dos pólipos.

Causada por um desequilíbrio na produção de hormônios. A síndrome dos ovários policísticos pode provocar alterações no ciclo menstrual da mulher (desde longos intervalos entre uma menstruação e outra até a ausência de menstruação) levando a uma disfunção na ovulação e, consequentemente, à dificuldade em se obter a gestação. Além disso, pode causar o aparecimento de pelos em locais inconvenientes, aumento da oleosidade da pele, com surgimento de acne e acúmulo de gordura abdominal.

A varicocele é caracterizada pela dilatação anormal das veias dos testículos, que pode ocasionar alterações funcionais, ou até mesmo comprometer diretamente a qualidade do sêmen. O diagnóstico pode ser realizado por palpação ou exames de imagens (ultrassonografia com dopplerfluxometria da bolsa escrotal) e o tratamento pode ser ou não cirúrgico, dependendo do grau da alteração.